Seguidores

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Viajando no mundo da leitura

Viajando no mundo da leitura

Elisângela Picanço Brazão¹
Lindalva da Costa Tavares²
Marly do Socorro da Costa Pantoja³
Ângela Brito Ferreira

RESUMO:
O artigo tem como finalidade compreender quais as dificuldades no desenvolvimento da leitura dentro e fora da escola, na medida em que se compreende, a leitura é um fato de extrema relevância para aquisição do conhecimento, através da leitura o aluno entra em contato com novas informações e com pontos de vista diferentes, de como pode se posicionar diante da realidade. Neste sentido que o artigo viajando pela leitura visa à formação do estudo de revisão bibliográfica de autores como Martins, Soares e Kleiman, desta forma provocando a reflexão sobre a importância da leitura para que o leitor possa participar de forma ativa, compromissada e critica na sociedade.
PALAVRAS CHAVES: leitura, educação, leitor, aluno, escola.
ABSTRACT:

Introdução
A aprendizagem da leitura ainda é um dos principais desafios das instituições de ensino do nosso país, e talvez por isso tenha sido e continue sendo alvo de tantas pesquisas, debates e discussões em diversos segmentos da sociedade, sempre com intuito de comprovar, apresentar ou encontra um melhor caminho para ser obter bons êxitos neste desafio.
Para a maioria dos alunos, a escola é o único local onde eles têm contato com livros e situações de leitura, e para tanto a instituição tem como tarefa básica proporcionar oportunidades onde o aluno possa aprender a se expressar em diversas situações, a fim de inseri-lo e promovê-lo na sociedade atual. Este desafio se encontra na necessidade da busca e implementação de mecanismos que despertem o interesse pela leitura, visando torná-la agradável, fonte não apenas de informação mais também de lazer para o educando.
Nessa perspectiva esta pesquisa busca discutir a questão da leitura, provocar reflexão sobre as metodologias hoje trabalhadas nas escolas e propor sugestões para implementar a leitura de forma dinâmica, criativa, e principalmente democrática na escola.
Afinal, ler é preciso. Escrever é indispensável. Estas são duas atividades fundamentais em nossas vidas, por isso devem ser diariamente incentivada e valorizada. Esta pesquisa é de cunho bibliográfico, qualitativa e descritiva, para sua realização utilizou-se o procedimento de levantamento de dados através das técnicas de resumo, fichamento e resenha. Para fundamentar este trabalho foram selecionados os autores Freire, Martins e Kleiman.
Este estudo esta organizado em duas seções, a primeira seção trata de a leitura na escola, tendo subtópico por uma leitura significativa. A segunda seção tem como título “análise e discussão”, em seguida serão apresentados as conclusões do trabalho.


2. A LEITURA NA ESCOLA

Em um contexto estrutural amplo que compõe um ambiente escolar onde a escola tem como tarefa básica, ensinar a ler e a escrever aos que nela ingressam é necessário que se faça uma sala de leitura onde todos sejam atendidos de forma igualitária para uma boa formação do aluno o tornado assim um cidadão critico.
Falando sobre a importância da leitura Solé (1998, p. 22) dá a seguinte definição para  leitura.
A leitura é um processo de interação entre o texto e o leitor. Se a leitura é uma interação, convém lembrar que, só se interage com aquilo que se conhece. Portanto há a necessidade  de se aplicar no ato de ler uma variedade de textos para assim levá-los a compreender que a leitura é uma atividade complexa, mais além de uma decodificação, é uma compreensão do lido.
Se a leitura tem todo esse poder de transformação imagine  quando ela é feita  de forma prazerosa  e lúdica desde a  mais tenra infância iniciando pela família perpassando pela fase pré-escolar, ensino fundamental I e II, indo  ao ensino médio e chegando ao ensino superior. Se o individuo vive intensamente em um ambiente de leitores freqüentando escolas que motive o hábito de leitura ele tem tudo para chegar à fase adulta  um leitor assíduo.
Mais para que  os alunos se tornem leitores assíduos, seriam necessário    que os professores ensinassem e incentivasse a leitura, pois os mesmos não  se importam com a leitura, acham que irá atrapalhar o desenvolvimento de suas aulas, ou seja, se for exercitar a leitura, ler livros em sala de aula não irá dar tempo para a gramática, porque a gramática é que deve ser privilegiada. Sendo assim a leitura torna-se uma atividade obrigatória tirando todo o seu prazer. Diz Antunes:


Enquanto o professor de português fica apenas analisando se o sujeito é determinado ou indeterminado, por exemplo, os alunos ficam privados de tomar consciência de que ou eles se determinam a assumir o destino de suas vidas ou acabam todos, na verdade, sujeitos inexistentes”. (ALMEIDA, 1997:16, apud  ANTUNES, 2003,p.13)

A leitura tem que se tornar prazerosa, ler porque é gostoso. É para este plano de leitura que se destinam os textos literários: romances, contos, crônicas, poemas (esses, sobretudo). Reduzi-los aos objetivos de análise sintática, a pretexto para exercícios de ortografia, por exemplo, é uma espécie de profanação, pois é esvaziá-los de sua função poética e ignorar a arte que se pretendeu com o arranjo diferente de seus elementos lingüísticos.

Nesse sentido, é de suma importância o educador orientar e incentivar seus alunos quanto a pratica de leitura e escrita, apontando sempre o caminho do lúdico, da troca, da brincadeira e da reflexão, de modo a não serem transformados em atos e enfadonhos e complicados. Dessa forma, ampliar seu conhecimento, visando novas descobertas que lhe permitam expressar suas opiniões, desejos, sentimentos contar, inventar e criar estórias.

De acordo com os parâmetros curriculares nacionais, volume 2.(p.53) de língua portuguesa: ‘’o trabalho com leitura tem como finalidade a formação de leitores competentes e, conseqüentemente a formação de escritores, pois a possibilidade de produzir textos eficazes tem sua origem na pratica de leitura, espaço de construção da intertextualidade e fonte de referência modalizadoras. A leitura por um lado nos fornece a matéria prima para a escrita: o que escrever.

Segundo Kleimam, a sala de leitura pode ser um espaço, mas não apenas um espaço físico. Ela é um espaço que organiza e amplia o processo de aprendizagem, de lazer onde os leitores sintam se capazes de criar e recriar novos textos.

Em fase disso, entende-se que a função da escola não é só formar sujeitos alfabetizados, mas sim, sujeitos letrados que tem capacidade de entender o escrito e encontrar sentido em continuar seu aprendizado. Neste sentido Maria Helena Martins, no livro “o que é leitura”, explica que:

 “Aprender a ler significa também, aprender a ler o mundo, da sentido a ele e a nos próprios, o que mal ou bem fazemos mesmo sem ser ensinados. A função do educador não seria precisamente a de ensinar a ler, mas a de criar condições para o educando realizar sua própria aprendizagem, conforme seus próprios interesses, necessidades, fantasias, segundo as duvidas e exigências que a realidade lhe apresenta. Assim, criar condições de leitura não implica apenas alfabetizar ou propiciar acesso aos livros. Trata-se antes de dialogar com o leitor sobre a sua leitura, isto é, sobre o sentido que ela dá algo escrito, um quadro, uma paisagem, a sons, imagens, coisas, idéias, situações reais ou imaginarias”.(Maria Helena Martins,2004, p.34)

Para tanto, faz-se necessário que o educador desempenhe o papel de facilitador da aprendizagem criando no ambiente escolar um clima favorável no trabalho com a leitura e escrita. Devem compartilhar das atividades a serem desenvolvidas, colocar-se como leitor dos textos dando sugestões de como melhorá-los, propor novos desafios, fornecendo aos alunos todas as informações necessárias a fim de promover novos avanços.

Para Goulemot (1996: 113). Os sentidos da leitura nascem tanto do próprio texto quanto do seu exterior cultural e é dos sentidos já adquiridos que nasce o sentido a ser adquirido. Este autor constrói uma noção de biblioteca para explicar que não existe compreensão autônoma, mas integração em torno do conjunto de textos lidos, uma biblioteca composta pelos textos que formam uma cultura coletiva. Ler é... fazer emergir a biblioteca vivida, quer dizer, a memória de leituras anteriores e de dados culturais.
Segundo Indurky &Zinn (1985: 17), a leitura proposta pela escola, é uma leitura mecanizada e padronizada apenas em nível de identificação, o aluno lê apenas para reter conhecimentos, sem conferir sentido ao que lê, sem questionar e sem posicionar-se. Neste âmbito, as autoras criticam a postura de grande parte das escolas publicas, por apresentar um ensino desvinculado da realidade do aluno que dissimula as diferenças sociais, ou seja, os temas utilizados para a prática da leitura não apresentam ligação com o mundo vivencial do aluno.

Kleiman (1989: 174). Ao refletir sobre as condições de leitura dos textos didáticos, verificou efeitos negativos produzido no aluno-leitor devido à função exercida por estes textos na instituição escolar, ao produzir atitudes condicionadoras e inflexíveis, de apenas receber informações transmitidas sem favorecer possibilidades para um envolvimento ativo e lugar para reflexão: o texto didático não é lido: no processo não há seletividade mediante a reconstrução de relações implícitas, não há interferência, não há integração: há apenas a identificação de explicito e o estabelecimento de correspondências formais.

A omissão da escola no ensino de leitura, após a fase inicial de aquisição de habilidades básicas elementares passa a uma fase de avaliação de leitura em que é priorizada a capacidade de retenção de conteúdo informacional e a análise de elementos lingüísticos formais. Essa prática de leitura excessivamente didatizada acaba por afastar o aluno de uma leitura reflexiva. Assim, é comum perceber essa situação ainda nos dias de hoje, o aluno preocupado em reter o conteúdo informacional dos textos mediante observação dos elementos explícitos na superfície textual.


2.1 POR UMA LEITURA SIGNIFICATIVA.

É sabido que através da pesquisa veiculada por meio de livros especializados, Tem havido uma preocupação muito grande em torno da leitura. Pois a leitura é o universo do ser humano por todos os lados, estimulando a aprendizagem.

 Paulo Freire, brilhante pensador da educação brasileira, já dizia: “A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra, e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele” (FREIRE, 1993: 20). Ele afirma que a compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura critica implica na percepção das relações entre o texto e o contexto. Então, o sentido de um texto não está apenas no leitor. Está também no texto e no leitor, pois está em todo o material lingüístico que o constitui e em todo o conhecimento anterior que o leitor já tem do objeto de que trata o texto.

Compreende-se que o significado da leitura é aquela que leva o leitor a conhecer o mundo através da mesma, e para que a leitura desempenhe esse papel, é fundamental que o ato de leitura e aquilo que se lê façam sentido para quem está lendo.

A leitura se torna plena quando o leitor chega à interpretação dos aspectos ideológicos do texto, das concepções que, às vezes, sutilmente, estão embutidos nas entrelinhas. O ideal é que o leitor consiga perceber que nenhum texto é neutro, que por trás das palavras mais simples, das afirmações mais triviais, existe uma visão de mundo, um modo de ver as coisas, uma crença. Qualquer texto reforça idéias já sedimentadas ou propõe visões novas.

Para que aconteça o trabalho efetivamente significativo com a leitura é indispensável que o educador seja um leitor potencial, pois cabe a ele proporcionar aos educandos um convívio estimulador para a leitura, tornando as atividades de leitura em aprendizagem significativas. (OLIVEIRA, 2007. p. 10).

Ao se levar em conta uma leitura significativa, observa-se que o leitor passa a ter uma formação intelectual e torna-se uma pessoa culta, pois a mesma funciona como instrumento de informação, mas levar em conta que conhecimento não é simplesmente coletas de informações. O mesmo só se constrói se o sujeito, no determinado contexto histórico, utilizar seu sistema de referencia e interpretações para manipular e da sentido às informações.
3-ANÁLISE E DISCUSSÃO.

Nesta pesquisa biográfica buscou-se estabelecer e compreender a importância da leitura para o desenvolvimento intelectual do aluno-leitor, aja visto que, a escola pode oferecer aos alunos a leitura que é sem duvida, o melhor, e a grande herança da população.


Para Silva (1986, p. 26)
O lamentável é que muitas escolas, de todos os níveis de ensino, ainda não estão trabalhando com a leitura  de  forma viva dinâmica. Isso só seria possível se as instituições de ensino saíssem da teoria e passassem a trabalhar com a mesma de forma prática, não com uma  leitura mecânica onde não há encontro entre o leitor e o texto lido.
Na verdade o que se pode observar é que a leitura  é um grande mecanismo para se exercer plenamente  a cidadania, pois permite ao leitor  o raciocínio lógico, à reflexão crítica e a mudança de atitude porque ela é uma porta aberta para compreendermos melhor o mundo e a nós mesmos e se compreendermos melhor o mundo e a nós mesmos temos subsídios para nos transformarmos e transformamos o mundo a nossa volta.
 Ao se analisar o mundo através da leitura, percebermos que somos cidadãos construtores da história, reconstruímos o passado, instituímos o presente e projetamos o futuro, então se faz necessário, que se estimule cada vez mais os alunos a praticarem a leitura, desse modo eles passaram a  reflexões  do quanto a mesma é de fundamental importância para o seu cotidiano.
Outro ponto discutido nesta pesquisa, foi a importância do educador leitor  que tem papel fundamental na formação  do educando, no que se diz respeito ao incentivo da leitura.
Outro aspecto a ser lembrando também quando se fala em leitura é a falta de professores leitores, pois geralmente o que acontece segundo  MAIA (, 2007: p. 33) “Faz-se um discurso apologético sobre leitura, porém o professor não convence pelo exemplo, porque, ressalvadas as  exceções, ele próprio não é um leitor.”

Resende (997, p. 99) falando sobre a importância do educador leitor afirma que: “Os educadores que cuidam em especial  de projetos de leitura incluem-se no projeto maior de valorização da arte na educação.”

 Em fim os governantes, e a maioria dos educadores ainda não acordaram para essa importante ferramenta no processo de formação de uma sociedade mais democrática, justa e consciente de seus direitos e deveres.
4 CONCLUSÕES.
    Durante todo o desenvolvimento da pesquisa percebeu-se a inegável contribuição da mesma para o crescimento profissional e pessoal de cada uma de nos. Pois antes tínhamos uma visão equivocada sobre a importância da leitura na formação do cidadão.  Hoje percebemos que os leitores necessitam tanto da leitura de mundo, quanto daquela praticada na escola, tem origem centrada somente no ensinamento gramatical, ou seja, durante muito tempo se acreditou que, ao se ensinar o estudante a ler um texto literário de época e relacioná-lo ao seu contexto de produção, seria suficiente para que ele lesse qualquer tipo de texto, em qualquer gênero de qualquer área.

Podes-se afirmar ainda que as salas de leituras funcionem como o cantinho do castigo sempre que o aluno está “aprontando”  na sala de aula é mandado para lá é obrigado a fazer alguma leitura o  que faz com que o mesmo passe a ter ainda mais raiva da mesma e se afastar cada vez mais, ou seja esse tipo de pratica não ajuda de maneira alguma a formar leitores.
Uma sociedade que se quer democrática tem que, garantir a todos o direito a leitura e a mesma não pode ser apenas de entretenimento e de aquisição de conhecimento, mais que traga o prazer de pensar, interrogar, sonhar, liga-se com o resto da humanidade, desenvolvendo assim a inteligência e o espírito critico do leito.
Referencias bibliográficas.
MATTA, Sozângela Schemim da – Português- Linguagem Interação – Curitiba: Bolsa Nacional do Livro Ltda. 2009.
CAGLIARI, Luiz Carlos Alfabetização & Lingüística – São Paulo: Scipione, 2009.
KLEIMAM, Ângela B. Morais. Os Significados do letramento: Campinas SP, Mercados das Letras, 1995.
Brasil, Ministério da Educação. Programa Nacional Biblioteca da Escola(PNBE): Leituras e Bibliotecas nas Escolas Publica Brasileira – Secretaria de Educação Básica, Coordenação- Geral de Materiais Didáticos; elaboração Andrea Berenblum e Jan e Paiva. Brasília: Ministério da Educação, 2008.

Um comentário:

  1. OLÁ! AMIGA!
    MEUS PARABÉNS PELO SEU BLOG! E PELA PREOCUPAÇÃO QUE VOCÊ TEVE AO APRESENTAR ESTE TEMA, COM CERTESA IRÁ CONTRIBUIR SIGUINIFICATIVAMENTE PARA O NOSSO CRESCIMENTO TANTO PESSOAL QUANTO PROFISSIONAL
    COM MUITO CARINHO!!!
    BJs!!!
    ELENI SILVA

    ResponderExcluir